domingo, agosto 16, 2020

Muitas


Eu nado no raso. Fico ali, com água no meio da canela, porque não costumo me jogar. Tenho essa dificuldade de mergulhar nas coisas que faço. E olha que não faço muitas coisas, mas faço algumas.

Nessa pluralidade entre o fazer e ser, não consigo me agarrar a uma que me defina ou limite. Ou vai ver eu não consigo entregar 100% de mim a alguma coisa.

Eu sou mulher, mãe, fotógrafa, brinco no tecido acrobático, faço trabalhos de artesanato, algumas reforminhas caseiras, sou jornalista, filha, esposa, irmã, amiga...Nessa lista diversa de atividades em que não consigo me rotular.

Será medo? Deve ser. Tenho medo da intensidade. Tenho pra mim que os excessos escondem faltas. Mas um excesso de coisas também deve esconder uns buracos.

Vai ver, se eu me jogasse de cabeça em uma dessas de mim, seria mais fácil ver direito. Por enquanto, sigo múltipla.

quarta-feira, fevereiro 05, 2020

Hello Stranger!


Existem relações que se estabelecem, ainda que não oficialmente estabelecidas. Elas vão assim, cruzando nosso caminho, despretensiosamente e, quando vê, já é.
O curioso é perceber como isso se dá de forma natural.
Então eu dava carona diariamente para uma amiga de trabalho e ela me esperava próximo a um ponto de ônibus, onde também ficava uma banquinha dessas de café da manhã.
Ora eu me atrasada, ora ela se atrasava. E nas vezes em que isso acontecia, ela sempre cruzava com um senhor no meio do caminho que dizia “cuida, que ela já tá lá faz é tempo!”e ela apressava o passo.
O senhor eu não sei quem era. Ela tbm não. Mas era nosso amigo.

quarta-feira, agosto 28, 2019

J'adore

Agora uso meu perfume preferido quando tenho vontade. Eu o guardava para ocasiões especiais (porque ele é caro).
Mas vai saber o que é uma ocasião especial, não é mesmo? 
O tempo é agora.
A vida é hoje.

terça-feira, agosto 27, 2019

Carta a uma amiga

Eu te abraço com as palavras, já que meus braços não são compridos o bastante pra chegar até aí.
Nesse abraço quentinho, tem todo o meu amor e ternura pra afagar seu coração que sofre. 
Nessas horas, vejo o quanto a distância pesa, mas, te digo, eu sempre estou aqui. Pro que der e vier e para o que você precisar.
Talvez eu não consiga mensurar o que você sente agora, mas eu imagino. A perda, a dor física, que chega na alma e a sensação de não saber o que fazer.
Mas eu sempre estou aqui!

quinta-feira, agosto 15, 2019

Escreva todo dia


Não sei se perceberam, mas tenho voltado a escrever. Acho que já posso me reconsiderar uma blogueira com blog, não?
Escrever também é terapia. Até escrever sobre nada. E eu sempre lembro das palavras do Drummond nessa carta linda que ele escreveu a sua filha Maria Julieta. Tenho a impressão já tê-la postado aqui. Mas vai de novo.
“Escreva minha filha, escreva. Quando estiver entediada, nostálgica, desocupada, neutra, escreva. Escreva mesmo bobagens, palavras soltas. Experimente fazer versos, artigos, pensamentos soltos. Descreva, como exercício, o degrau da escada do seu edifício (saiu um verso sem querer). Escreva sempre, mesmo para não publicar. E principalmente para não publicar. Não tenha a preocupação de fazer obras primas; que de há muito já perdi, se é que um dia a tive. Mas só e simplesmente escrever, se exprimir, desenvolver um movimento interior que encontre em si próprio sua justificação…”



terça-feira, agosto 13, 2019

Memórias


Ontem revi um dos filmes que marcou  minha infância:
O Jardim Secreto (The Secret Garden), que, coincidentemente, era lançado há exatos 26 anos.
Conta a história de Mary Lennox - uma garota que vivia na Índia com seus pais e, após ficar órfã, foi enviada para viver com seu tio em sua mansão na Inglaterra. Ela descobre um primo doente nunca soube que tinha e um jardim abandonado, o qual está determinada a trazer de volta para a vida.
Não lembro se alugamos a fita ou vimos na Sessão da Tarde. Sei que eu e irmã amamos a história e vê-la de novo me fez voltar no tempo.
É maravilhoso como cheiros, sabores e imagens constroem a nossa memória, não é mesmo?
Um simples elemento  faz a gente retornar ao passado num piscar de olhos.
Pra quem ainda não viu, o filme está disponível  na Netflix e também no Youtube (mas com qualidade beemm limitada) 


segunda-feira, agosto 12, 2019

Agora


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Desorganização. A ansiedade desorganiza ideias, hábitos, desfoca, tira do eixo, atrapalha, empata, destrambelha, desatina, revira a vida da gente.
Aquele excesso de futuro que desestabiliza o caminhar, porque não é nada fácil estar sempre lá na frente.
O desafio diário é  se manter consciente no presente, no agora.
Eu sempre fui uma pessoa acelerada. Essa era e é uma característica muito visível minha, mas a linha entre minha correria e a ansiedade é tênue e, de repente, eu cruzei esse limite. E lá vieram os sintomas psicossomáticos e toda a carga de perder o controle da situação.
Entre terapias, leituras, atividades físicas está também a pausa!
E sigo tentando reencontrar o ritmo saudável, o equilíbrio e o respirar.
Tempo é presente!
É agora!